Alunos brincam e se divertem com teatro de fantoches nas escolas municipais

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O objetivo do projeto é desenvolver a oralidade e criatividade dos estudantes, além de trabalhar, de forma lúdica, os mais diversos conteúdos. Foto: Inaldo Lins/PCR

Mais de quatro mil alunos de 15 escolas e creches-escolas municipais têm aprendido de forma mais divertida com o Projeto Teatro de Fantoche, cujo objetivo é desenvolver a criatividade, a oralidade e o gosto pela leitura. Por meio do teatro de bonecos, é possível proporcionar aos estudantes de 4 a 10 anos mecanismos diferentes de aprendizado dos conteúdos pedagógicos, de forma lúdica e dinâmica. A ação é fruto de uma parceria da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Educação, com a Honda e a ONG Grupo Primavera. As unidades de ensino selecionadas ficam em bairros no entorno do Centro de Treinamento da Honda, localizado em Areias.

Antes de utilizarem o material lúdico-pedagógico em sala de aula, 30 professores de turmas dos Grupos 4 e 5 da Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental passaram por formações, em março, ministradas pela psicopedagoga e contadora de histórias Cristina Lazaretti, especialista em manuseio de fantoches. Os docentes multiplicaram o aprendizado com os demais professores nas escolas em que trabalham. Eles também ensinam os estudantes a manusear os fantoches.

Uma das multiplicadoras foi Suellen Patrícia da Silva, professora do grupo 5 da Escola Municipal Maria da Paz Brandão Alves. Ela já utilizou os fantoches para discutir bullying, identidade, nutrição e meio ambiente. "Eu uso os fantoches de acordo com os temas que planejo para trabalhar nas minhas aulas. Os bonecos chamam tanto a atenção das crianças que elas ficam paradas olhando, bem concentradas. Elas adoram interagir com os fantoches", conta a docente que trabalha há seis anos na Escola Maria da Paz, localizada no Sancho. Suellen e outra professora da unidade participaram da formação e multiplicaram o aprendizado para outros 20 docentes da escola. Eles usaram os fantoches até com as turmas de EJA. O livro de instruções que eles receberam sugere temas para serem trabalhados com alunos das mais diversas idades.

Durante a contação de história sobre uma menina que sofria bullying, os 13 estudantes presentes na sala ficaram eufóricos para participar, sentindo-se dentro da história. "Não pode botar apelido nos outros, isso é bullying. Conta pra sua professora", foi o conselho de  Lynnyck Rafael dos Santos Moura, 5 anos, à personagem interpretada por Suellen. Outro momento de euforia foi quando a professora deu os fantoches para os alunos manusearem e interagirem entre eles.

A docente conta casos em que obteve respostas inesperadas dos estudantes. Um deles era bem introspectivo e também não comia na escola, até conhecer o cachorrinho Tobi. "Usei Tobi para perguntar o nome de cada um. Cleiton brincou, riu e até se animou para comer quando viu Tobi pegando um prato. Nesse dia, ele lanchou porque eu disse que Tobi ia ficar triste se ele não comesse. Agora ele pega a merenda todo dia. Foi uma conquista do boneco. Os meninos ficaram maravilhados com Tobi. Uma vez não me deixaram fechar o armário com medo de Tobi morrer sem respirar", conta Suellen.

HISTÓRICO - Idealizado pelo Grupo Primavera, de Campinas, São Paulo, o projeto Teatro de Fantoches foi implantado pela primeira vez em 2006, em 75 escolas municipais e estaduais de Campinas, além de bibliotecas da cidade. Este ano, o projeto também deverá ser adotado por escolas municipais de Guarapiranga e Sumaré, em São Paulo, e de Manaus. Os bonecos são feitos na oficina de criação da ONG, que atua há 35 anos na periferia de Campinas.