Clarice Lispector é tema da I formação de 2020 do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores

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Professores e estudantes participaram de debate e reflexão sobre a literatura infantil de Clarice Lispector. Fotos: Arthur Gustavo/ Seduc

A Secretaria de Educação do Recife promoveu, na última quarta-feira (11), a I Formação do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores (PMBFL) deste ano, com a palestra “Descortinando Clarice”.  As professoras Geórgia Alves, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Anna Lee, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e Idjane Freitas, da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) refletiram sobre a relevância das obras infantis de Clarice Lispector, que é tema do ano letivo 2020 da rede municipal de ensino do Recife.

A formação foi realizada na Escola de Formação de Educadores do Recife (EFER) Professor Paulo Freire para um público de, aproximadamente, 300 pessoas divididas nos três turnos. A abertura do evento foi realizada por professor Francisco Luiz, secretário executivo de Coordenação Geral ; Ana Cristina Avelar, gerente de Alfabetização e Letramento, Educação Infantil e Anos Iniciais e Martha Azevedo, gerente de Formação de Leitores e Educação Ambiental e.  

No período da manhã, para os professores de biblioteca, Geórgia Alves falou sobre as obras “Quase de Verdade”, de 1978 e “O Mistério do Coelho Pensante”, de 1967, de Clarice Lispector. “Ela começou a escrever para criança a partir de um pedido do filho, que queria que a mãe escrevesse um livro para ele. Aí surgiu a primeira obra infantil de Clarice, O Mistério do Coelho Pensante, inicialmente sem pretensão de publicação”, contou. “O mais interessante da obra dela é que se faz necessário que um adulto conduza a leitura, por isso é tão recomendada para atividades pedagógicas. As histórias fazem refletir sobre questões do cotidiano”, avaliou.

Ainda pela manhã, Anna Lee também contribuiu na conversa sobre a autora. “Meu contato com Clarice é muito mais por uma questão afetiva do que por razões racionais. Vejo nas obras dela situações que consigo comparar e entender atitudes da minha mãe, por exemplo. Percebo uma intercessão da literatura infantil e adulta na obra dela, guardadas as especificidades da linguagem para cada público. Os livros dela permitem que adultos conduzam a leitura com as crianças, de modo que consigam dialogar sobre o tema dos livros”, refletiu. Anna Lee ainda falou para os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), das Escolas Municipais da Iputinga, Diná de Oliveira e Ebenezer Gueiros, no turno da noite.