Classe Hospitalar Semear permite que crianças e jovens com câncer continuem os estudos
A Classe Hospitalar Semear iniciou as atividades em 2015 e tem o objetivo de restabelecer o direito social básico à educação e manter o vínculo escolar da criança e do adolescente com câncer. Os pacientes internados no Centro de OncoHematologia Pediátrico (CEONHPE), do Hospital Oswaldo Cruz, dão continuidade aos estudos e têm aulas regulares de português, matemática, ciências, geografia e história. A Classe atende pacientes da pré-escola até o 5º ano (uma faixa etária inicial de 4 anos), de segunda-feira a sexta-feira. Até junho de 2019, 24 alunos foram atendidos.
A Semear é resultado de uma parceria entre a Prefeitura do Recife, o próprio HUOC, o Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer-Pernambuco (GAC) e o Instituto Ronald McDonalds. A convivência com os professores, o estudo e as atividades lúdicas de desenho e contação de histórias distraem os alunos e tiram o foco da dor, tornando o dia a dia mais leve.
De acordo com a diretora executiva de rede, Maria Costa, alguns alunos são transitórios, fazem um ciclo do tratamento vão para casa, quando outro ciclo é reiniciado, as aulas são retomadas. “Nós mantemos um diálogo com a escola de origem do estudante para saber assuntos que estão sendo trabalhados e aplicar provas enviadas pela escola do estudante. Cada aluno tem um caderno contendo suas produções na classe hospitalar”. Aqueles que não estão estudando, são matriculados na Classe via a Escola Municipal Herbert de Souza, unidade a qual a Semear é vinculada.
Raffael Bruno Gomes tinha 3 anos, quando foi hospitalizado com linfoma de hodgkin e anos depois voltou como estagiário de pedagogia para ajudar na Classe. “As aulas tiram o foco da dor, pois são lúdicas e ajudam a amenizar o sofrimento dos pacientes e auxilia na cura” disse Raffael.
O trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Pedagogia de Raffael, apresentado em meados de 2018, na Universidade Federal de Pernambuco, foi “A Importância da Classe Hospitalar Semear do Recife na Escolarização dos Alunos Pacientes com Câncer”. Nele, chegou à conclusão de que a sala de aula torna as crianças mais felizes e, sem dúvida nenhuma, ameniza o sofrimento da doença.