Clube da Robótica inicia atividades com 60 estudantes inscritos

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O objetivo das aulas mais aprofundadas de robótica é preparar os alunos para serem multiplicadores do ensino de robótica nas escolas municipais do Recife. Foto: Antônio Tenório/PCR

Teve início, nesta terça-feira (28), o Clube da Robótica, que desenvolve atividades do Programa Robótica na Escola, da Prefeitura do Recife. Sessenta estudantes se inscreveram para participar das aulas extras de robótica no Centro de Tecnologia, Educação e Cidadania (Cetec), no bairro da Soledade, entre alunos do 7º ao 9º ano das 36 escolas municipais de Anos Finais e ex-alunos da rede municipal que hoje têm aula nas Unidades de Tecnologia na Educação (Utecs) da Prefeitura.

O objetivo dos encontros, que acontecem todas as terças, é proporcionar aos estudantes o uso criativo, inovador e participativo dos conceitos mais aprofundados de robótica, além deprepará-los para serem multiplicadores do ensino de robótica nas unidades da rede municipal de ensino do Recife. “Esses alunos indicados pelas escolas municipais vão funcionar como mais um elo motivador para o uso dos kits de robótica existentes em todas as 309 unidades de ensino da rede municipal, ajudando os professores na orientação dos outros estudantes sobre o uso mais produtivo e adequado desse material didático”, afirma o coordenador-geral do Programa Robótica na Escola, Cid Espíndola. Ele explica que as aulas são consideradas extraclasse porque são ofertadas no contraturno da aula de cada estudante, para não prejudicar o ensino regular. As atividades se somam às aulas de robótica que os alunos da rede já têm em sala.

Durante os encontros do clube, os estudantes vão se aprofundar nas três linhas que são trabalhadas no Programa Robótica na Escola: robótica de encaixe, que inclui montagem e programação a partir de peças encaixáveis da Lego; robótica avançada, que trabalha com robôs humanoides e drones (aeronaves não tripuláveis) para programação avançada; e robótica com ferramentas, que faz uso de objetos simples do cotidiano para a construção de protótipos, usando conhecimentos de mecânica, eletrônica, programação e metarreciclagem.

Matheus Henrique Souza, 13 anos, da Escola Municipal Olindina Monteiro, localizada em Dois Unidos, considera o clube uma excelente oportunidade de aprender ainda mais. “Me motiva bastante o fato de poder me preparar para ajudar os colegas na minha escola”, ressalta o adolescente que já é um “veterano” em robótica, tendo ficado em primeiro lugar na categoria Iniciação à Pesquisa, na 22ª Ciência Jovem, realizada pelo Espaço Ciência no ano passado.

Eunice Kamila Nascimento de Souza, de 14 anos, da Escola Municipal de Tejipió, conta que atuar como agente multiplicadora aumenta sua responsablidade. “Eu já tinha entrado em contato com a robótica na minha escola, através dos kits da Lego, mas aqui tudo é muito maior. Espero aprender bastante e dar conta do desafio”.

Com 15 anos de idade, mas sem experiência alguma em robótica, Sílvio Alberto Melo de Holanda saiu da rede privada e entrou este ano na Escola Municipal Antônio de Brito Alves, na Mustardinha. “Nas escolas particulares onde estudei, não tive acesso à robótica. Está sendo uma experiência fantástica”, disse, revelando que os equipamentos que mais chamaram sua atenção nesse primeiro momento foram os drones e a impressora 3D

ROBÓTICA NA ESCOLA - Mais de 74 mil alunos da rede municipal de ensino do Recife têm acesso à tecnologia em sala de aula através do Programa Robótica na Escola desde 2014. O programa já teve seus primeiros resultados práticos: os estudantes da rede municipal de ensino do Recife foram campeões brasileiros de robótica em 2015 e 2016, campeões estaduais em 2014 e 2016, além de oitavos colocados na olimpíada mundial de robótica, em 2016.

Até agora, a Secretaria de Educação investiu R$ 32 milhões no programa, que atende desde as crianças do grupo 3 da Educação Infantil até os jovens do 9º ano do Ensino Fundamental, além das turmas do Projovem Urbano Recife. Foram realizadas formações com mais de 4.500 professores, coordenadores e dirigentes, além de oficinas, treinamento e campeonatos com os estudantes.