Equipe da Escola Municipal Rodolfo Aureliano é recebida com festa após brilhar no mundial de robótica

imagem de Bella
Estudantes conquistaram a oitava colocação na RoboCup, competindo com 24 países em Leipzig, na Alemanha. Foto: Marcos Pastich/ PCR

Após conquistar a oitava colocação na RoboCup, campeonato mundial de robótica realizado na cidade de Leipzig, na Alemanha, a equipe da Escola Municipal Rodolfo Aureliano foi recebida com festa, na noite dessa quarta-feira (6), ao desembarcar no aeroporto do Recife. Os campeões brasileiros de Robótica disputaram com outras 24 equipes no nível 1, que engloba estudantes de até 15 anos, e chegaram a ficar entre a segunda e a terceira posição em boa parte da competição. O ótimo desempenho é mais uma conquista do Programa Robótica na Escola, implantado pela Prefeitura do Recife em 2014.

 

A equipe é formada por Maryllia Willyane Félix (ex- aluna da Rodolfo Aureliano que fez parte da equipe campeã da Olimpíada Brasileira de Robótica em 2015), Maria Eduarda Barbosa, Paulo Poan e Miguel Silva, que estão entre o 7º e o 8º ano. Eles contaram com a ajuda dos estudantes Emerson Almeida e Gabriel Loureiro, que conquistaram o título da OBR em 2015 e já saíram da escola devido à idade, mas viajaram como monitores. Completaram a delegação os professores Cid Espíndola e Juliana Borges, além do estagiário de Engenharia Mecatrônica Victor Sabino. Os três também treinaram a equipe campeã no ano passado.

 

“É um resultado muito importante, que nos enche de orgulho e comprova que a decisão de investir em robótica foi correta. Com apenas dois anos do Programa Robótica na Escola, nossos alunos são campeões brasileiros e estão entre os oito melhores do mundo. A iniciativa já beneficia mais de 73 mil alunos e está mudando a cara da rede municipal de ensino do Recife”, afirma o secretário de Educação do Recife, Jorge Vieira. Para ele, um dos maiores ganhos do Programa Robótica na Escola é o exemplo que esses meninos passam a representar para os demais estudantes da rede.

 

“A sensação é tão boa que nem dá pra explicar. Felicidade, orgulho, nervosismo. Eu nunca poderia imaginar que um dia seríamos campeões brasileiros, e agora estamos entre os dez melhores do mundo. Espero que o nosso esforço sirva de exemplo para as outras crianças”, declara Maryllia Willyane. Sua mãe, Edilene da Silva Lima, reforça: “É muito gratificante ver o desempenho da minha filha. Estou muito orgulhosa dela, que sempre foi estudiosa. Tudo isso mostra como é essencial investir na educação pública”.

 

Para o estudante Paulo Poan, a viagem foi ótima também porque a equipe pôde conhecer novas culturas. “As outras equipes eram muito tradicionais e conheciam muito de robótica, mas logo no meu primeiro ano de robótica nós conseguimos ficar em oitavo lugar. Da próxima vez, poderemos trazer um resultado ainda melhor”, afirma. “Estamos muito alegres. Só ter ido para a RoboCup já foi maravilhoso. Na competição, aprendemos que a equipe precisa ficar unida o tempo inteiro”, reforça Maria Eduarda.

 

O professor Cid Espíndola não poupou elogios aos estudantes. “Eles foram guerreiros e se superaram a cada dificuldade. Provaram que tem grande potencialidade, bastando apenas receber as oportunidades para desenvolvê-la. Nosso objetivo era a vitória, mas concorremos com países que têm mais tradição, com programas avançados de robótica. O resultado foi excelente”, avalia. “Essa conquista maravilhosa mostra que a escola pública pode ter os mesmos resultados da escola privada, basta haver investimentos. Quando são incentivados, nossos alunos reagem de forma excelente”, complementa a professora Juliana Borges.

 

“Com a robótica, já decidi que quero ser engenheiro mecatrônico. A experiência na Alemanha foi muito boa, porque vimos que o campeonato tem um nível muito alto. Um ano atrás, eu nunca poderia imaginar que poderia ficar entre os dez melhores do mundo, e agora estamos aqui”, diz Gabriel Loureiro. Para Emerson Almeida, foi muito gratificante repassar o que ele já tinha aprendido para os mais novos. “Isso os ajudou a ter mais segurança. Na OBR, ganhamos experiência num nível de competição, mas na RoboCup era muito mais difícil, porque competimos com vários países”, afirma.

 

ROBÓTICA NA ESCOLA - Alunos da Educação Infantil aos Anos Finais do Ensino Fundamental da rede municipal de ensino passaram a aprender robótica em 2014, quando a Secretaria de Educação do Recife implementou o Programa Robótica na Escola. Em sala de aula, eles têm mais contato com os robôs feitos com blocos de encaixe da Lego Education, e trabalham com a linha de robôs humanoides (NAO) quando vão a aulas no Centro de Tecnologia na Educação e Cidadania (Cetec) ou participam de eventos como a caravana de robôs nas creches municipais.

 

Até agora, a Secretaria de Educação investiu R$ 32 milhões no programa, que atende desde as crianças das creches até os jovens do 9º ano do Ensino Fundamental – os mais velhos aprendem até a programar os robôs, como é o caso dos participantes da Robocup. Foram realizadas formações com professores, coordenadores e dirigentes, além de oficinas, treinamento e campeonatos com os estudantes. Atualmente 73.390 estudantes têm acesso ao programa e 4.554 professores foram capacitados nesta área. Os primeiros resultados vieram rápido, com a conquista da fase estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica, em 2014, por alunos da Escola Municipal de Tempo Integral Dom Bosco, e o título nacional da OBR em 2015, com a Escola Municipal Rodolfo Aureliano.