Estudantes da Escola Municipal Dois Rios conquistam vaga para exposição chilena com trabalho de xilogravura

imagem de Guilherme Vila Nova
Alunas do 5º ano alcançaram o 3º lugar geral em Ciências Humanas na Expo Nacional Milset Brasil, realizada em Fortaleza. Foto: Paulo Melo/PCR

Mais de cinco mil quilômetros separam o Recife do Chile. Mas isso não foi empecilho para que um trabalho realizado no Ibura, mais especificamente na Escola Municipal Dois Rios, fosse capaz de se classificar para a Expo Ciências Nacional, que será realizada no país entre os dias 14 e 17 de novembro. O feito foi alcançado graças ao projeto “Xilogravura: imprimindo a nossa história”, desenvolvido pela professora da biblioteca e mediadora de leitura, Priscila Milanez, com as estudantes Wyllyanne Victoria, Hágata Laryssa e Yasmim Vitória, do 5º ano. A atividade foi classificada para a exposição internacional após alcançar o 3º lugar geral de Ciências Humanas na Expo Nacional Milset Brasil, que aconteceu em Fortaleza. 

O curioso é que o assunto sobre as técnicas de xilogravura surgiu na unidade sem grandes pretensões. “A gente sempre elege temas para o mês e o de junho do ano passado foi o Nordeste. Dentre os exemplos que usamos para demonstrar a cultura nordestina, muitos estampavam as xilogravuras, e foi onde descobri que eles não conheciam”, explicou a professora Priscila. Foi com essa sensibilidade de trabalhar mais a fundo o tema que a atividade, futuramente premiada, foi concretizada com o desenvolvimento de uma pesquisa mais aprofundada sobre o tema e a criação de um diário de bordo que demonstra as várias tentativas e erros na hora de realizar uma xilogravura. 

“Fiquei muito feliz em aprender. O tema me chamou muita atenção por conta das artes e também porque eu não conhecia essa parte da nossa cultura. Hoje sou muito grata em poder falar sobre ela para várias pessoas, inclusive de outros países”, celebrou Wyllyanne. “Será muito gratificante estar fora do país representando a nossa escola. Isso é fruto de muito esforço nosso e, o mais importante, é que aprendemos bastante. Isso já fez valer a pena”, complementou Yasmim. 

Na volta de Fortaleza, ao retornarem à escola, uma grande festa foi preparada para recepcioná-las. Cartazes, lágrimas e abraços eram os principais ingredientes que as aguardavam. Mães, professores e funcionários fizeram uma grande festa para celebrar a conquista. “A escola todinha chorava junto com as meninas, porque aqui a vitória de um é a de todo mundo. O sentimento é que de alguma forma estamos fazendo certo e de alguma forma estamos trabalhando para mudar a realidade dessa comunidade. Tentamos mostrar todos os dias que existem outros lugares possíveis de alcançar e que podemos ser destaques em coisas boas também”, enfatizou Carla Ferreira, gestora da unidade. 

“Agora é o momento de pegar um pouco da nossa cultura e levá-la para outros lugares. Quando fomos à Fortaleza, muitas pessoas sequer conheciam a nossa arte, então é muito importante levar isso até onde a gente puder. Vai ser muito legal apresentar tudo o que aprendemos e desenvolvemos em outro país”, encerrou Hágata. 

 
Fotos: Paulo Melo/PCR