Estudantes recifenses são as únicas brasileiras a serem selecionadas para edição internacional de Jovens Promessas Menores de 30 anos de organização mexicana

imagem de Paulo H
O Colégio de Pós-graduação em Administração do México selecionou jovens estudantes do Brasil, Porto Rico, Colômbia e Paraguai que contribuem com o desenvolvimento da ciência e pesquisa científica. Foto: Cortesia

 

 

Duas garotas do Recife são as únicas brasileiras selecionadas para fazerem parte da “segunda edição Internacional de Jovens Promessas Menores de 30 de anos”, por suas contribuições e paixão pela pesquisa científica. O reconhecimento é feito pelo Colégio de Pós-graduação em Administração do México e acontece nesta sexta-feira(04/08), às 19h (horário do Recife), de forma virtual no google meet (http://meet.google.com/nje-wazf-ksy).

As estudantes Vitórya Rebeca Edyvam Cavalcanti Lima e Ana Grazielly da Silva,  desenvolveram o Projeto Tecnologias Assistivas e Robótica Educacional: Um Olhar Especial sobre a Cidade, que resultou na criação de uma bengala robótica com sensores para deficientes visuais. O artefato emite vibrações quando está diante de algum obstáculo, facilitando, dando maior segurança e confiança na locomoção do usuário.

Na época da criação do Projeto, as duas eram alunas da Escola Municipal do Recife Olindina Monteiro (no bairro de Dois Unidos), e o apresentaram e obtiveram o 1º lugar na Feira de Conhecimento da Rede Municipal de Ensino do Recife em 2017, sendo credenciadas para o Encontro de Ciência, Tecnologia e Inovação, do México, em 2018, e lá obtendo o 3º lugar.

Atualmente, só Vitórya Rebeca é ainda aluna da unidade, onde cursa o 9º Ano do Ensino Fundamental, enquanto Ana Grazielly que seguiria para o 2º Ano do Ensino Médio, não conseguiu fazer a transferência de Escola de uma cidade para outra, por ter acontecido bem no mês da pandemia. Para Vitórya, de 15 anos, esse reconhecimento é bem importante pois incentiva os alunos a prosseguirem nos estudos.

O Colégio de Pós-Graduação em Administração justifica o reconhecimento internacional dizendo que a entidade busca reconhecer e encorajar aqueles que têm a chama da Ciência que já vive dentro deles e a ajudá-los a lembrar que o que fazem é importante. Num futuro próximo esses jovens serão fatores de mudança como foram Marie Curie, pioneira no ramo da radioatividade e única pessoa no mundo a ganhar o Prêmio Nobel duas vezes, Darwin e tantos outros.

O secretário de Educação do Recife, Bernardo D’Almeida, destaca que a Rede Municipal de Ensino do Recife - RMER, tem como prática pedagógica estimular a criação de projetos de pesquisa, com a participação de alunos e professores, dos quais resultem trabalhos inovadores, de caráter multidisciplinar utilizando-se do método científico; como também, disseminar a prática da pesquisa científica.

“A Feira de Conhecimento do da Rede Municipal de Ensino do Recife (Fecon), criada em em 2015, é o ápice da produção de pesquisa e ciências dos nossos alunos. Todos eles se esforçam para verem seus trabalhos selecionados para esse evento”, apontou Bernardo.

Entre 2018 e 2019, a Prefeitura do Recife já enviou mais de 50 estudantes para 14 eventos internacionais. Os alunos participaram das feiras de conhecimento do México, Chile, Colômbia, Peru, Paraguai, EUA, Abu Dhabi e Argentina. Essas feiras renderam 16 premiações aos projetos que participaram de outras feiras de conhecimento.

A gestora da Escola Olindina Monteiro, Denise Albuquerque de Sousa, diz que o desempenho dos alunos que participam de projetos e pesquisas aumenta. “Eles se concentram mais nas aulas, seus interesses são ampliados e suas pesquisas avançam. É impressionante o crescimento intelectual e o fortalecimento emocional que eles passam a ter. E a participação em Feiras locais, nacionais e internacionais é uma experiência positiva que eles vão levar para o resto da vida, podendo ser decisiva na escolhas dos caminhos de vida que eles irão percorrer no futuro”, argumentou a gestora.

O professor Edson Gomes é o orientador das estudantes e diz que não existe uma ideia boba em ciências e desenvolvimento de pesquisa. “Às vezes algo simples levantado pelo aluno pode resultar num avanço para a sociedade. Ele prega uma máxima junto aos seus alunos: “ quando a ciência não é usada para o bem da sociedade, deixa de ser ciência”.