Gterê promove Seminário sobre protagonismo de professores na educação antirracista e emancipatória

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O seminário faz parte das ações de enfrentamento ao racismo e mobilização de práticas educativas que favoreçam a consolidação do eixo da diversidade da política de ensino do Recife.

Foi com o tema “Pedagogia da diversidade: o protagonismo de professoras(es) da RMER na Educação antirracista e emancipatória”, que o Grupo de Trabalho em Educação das Relações Étnico-Raciais (Gterê), realizou, na última quarta-feira (23), seu IX seminário. O encontro aconteceu na Escola de Formação de Educadores do Recife Professor Paulo Freire (EFER), na Madalena, com palestras durante os três turnos, para 150 participantes.

A mesa de abertura foi composta por Alexsandra Felix, gestora da Escola de Formação de Educadores do Recife Paulo Freire (EFER); Magali Ribeiro, coordenadora da Formação para professores dos Anos Finais; Roseana Pontes, coordenadora de Formação para professores da Educação Infantil e Cristina Nascimento, do Grupo de Trabalho em Educação das Relações Étnico-Raciais (Gterê).

Para Cristina Nascimento, o seminário é uma excelente oportunidade troca de saberes sobre práticas desenvolvidas na escola com a temática da diversidade. “O Gterê tem 13 anos e estamos organizando nossos nono encontro. Não tem sido fácil a manutenção deste grupo e encontro, mas continuamos na resistência, embora ache que já deveríamos estar no patamar de existência. Esta é uma das ações de enfrentamento ao racismo que promovemos”, explicou. O seminário faz parte das ações de enfrentamento ao racismo e mobilização de práticas educativas que favoreçam a consolidação do eixo da diversidade da política de ensino do Recife.

Alexsandra Felix, gestora da Efer, disse que garantir o encontro e as discussões está na política de ensino do Recife. “A escola, muitas vezes, tem o papel de quebrar o racismo. O aprendizado de uma criança negra, por exemplo, pode ficar comprometido se a escola não intervém diante de uma prática racista”, disse.

A palestra “Práticas promotoras de Igualdade Racial: Um olhar sobre a(s) História(s) e Culturas Afro-indígenas na Escola”, ministrada pela professora Amanda Vitorino, gestora do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Jesus do Bonfim. Ela relatou as atividades realizadas no centro, de acordo com o projeto Político Pedagógico da unidade de promoção a diversidade, além de promover reflexão sobre o reconhecimento dos vários tipos de saber. “Levamos aos estudantes a importância da valorização dos saberes, do respeito e do diálogo. Que uma mesma situação tem vários olhares de interpretação que precisam ser respeitados”, explicou. “Desenvolvemos no cemei dois projetos que toda equipe abraçou o Todo dia é dia de Índio e o Griô, para conhecimento e valorização das culturas e dos povos indígenas, africanos e afrodescendentes”, completou.

Mediado por Márcia Sena, foi promovido debate e troca de saberes com os professores e representantes de entidades ligadas a questões étnico raciais. A coordenadora de Igualdade Racial do Estado de Pernambuco, Marta Almeida elogiou a prática da escola e completou “Nós resistimos, existimos e estamos na luta contra o racismo. O racismo é estruturante e estruturado, perpassa pela comunidade. Precisamos estar juntos e engajados para combater o crime do racismo”, disse e lembrou dos eventos da Consciência Negra, que serão realizados em novembro.

Cristina Nascimento, que coordenada o Gterê junto com Marlen Leandro, encerrou as atividades da manhã recitando poemas que promovem reflexão sobre o racismo, a exemplo do “Inimigo do íris”, de Deley Acari. Também improvisou com poesias de sua autoria, que segundo ela, constrói no momento que recita.

Ao longo do dia ainda foram realizadas as palestras “O estudo da literatura Afro-brasileira em sala de aula e o combate aos Racismos”, ministrada pela professora Suzana de Queiroz e “Educação antirracista: ancestralidade, poesia e historicidade”, proferida pela professora Joana Dias. Além disso, foi promovido um diálogo com o Gterê sobre o tema do seminário.

Arthur G.