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Acessibilidade, direitos, inclusão, luz, sonhos. As palavras, carregadas de significados, ilustravam o muro da Escola Municipal Engenho do Meio, no bairro de mesmo nome, Zona Oeste do Recife. A unidade de ensino iniciou um novo ciclo em sua trajetória na manhã desta quinta-feira (21) com a entrega da requalificação completa do espaço. O prefeito Geraldo Julio visitou o lugar, ao lado do secretário municipal, Alexandre Rebêlo, e conversou com pais, alunos e profissionais sobre as mudanças. A escola é referência na rede e se destaca pelo trabalho de Educação Inclusiva. A reforma do espaço durou oito meses e as melhorias vão beneficiar cerca de 750 pessoas entre estudantes e profissionais.

"Estamos fazendo hoje a quarta entrega das 14 escolas que foram totalmente requalificadas e estarão sendo entregues até o fim do ano. É uma obra completa  e que deixa a escola nova e com as condições necessárias para que os profissionais façam o seu trabalho com mais qualidade. Essa entrega também é importante, porque na escola do Engenho do Meio temos quase 150 alunos da Educação especial. É, provavelmente, a escola do Brasil com mais alunos estudando nesse modelo e isso é muito importante, porque os profissionais daqui se especializam e procuram fazer este trabalho inclusivo na educação", explicou o prefeito. 

Considerada referência em educação inclusiva na rede municipal de ensino, a unidade atende 714 alunos nos três turnos, sendo 137 deles (19,20%) da Educação Especial. Para esse grupo, a novidade fica por conta da ampliação de materiais nas duas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), que também passam a homenagear ex-estudantes da Educação especial já falecidos: Jailson Leite Monteiro e Maria Gabriela da Silva. Ambos com paralisia cerebral, foram os primeiros alunos de toda a rede a serem atendidos pelas salas especializadas, além do Transporte Inclusivo oferecido pela Prefeitura do Recife a estudantes da Educação Especial. Jailson e Maria Gabriela faleceram em 2014 e 2015, respectivamente.

Emocionadas com a homenagem, as mães dos ex-alunos comemoravam a mudança na unidade. Jaqueline Leite, mãe de Jailson, relembrou das dificuldades que enfrentava para levar o filho à escola. "Esse lugar agora está maravilhoso. Queria que meu filho estivesse aqui para ver toda essa mudança", contou.  

Para a professora Jeyse Oliveira, responsável pelo atendimento educacional especializado, o trabalho tem crescido na unidade por causa do atendimento individualizado. "Estamos sempre pesquisando novas tecnologias e formas pedagógicas para os estudantes desenvolverem todas as habilidades. Quando as pessoas veem alguém com deficiência, elas olham só para isso, mas há ali uma possibilidade de inclusão social e é para isso que olhamos", destacou a docente. 

As salas da unidade de ensino são consideradas as mais completas pelo Ministério da Educação (MEC). Além de recursos pedagógicos como jogos, kits do Brinqueducar e mesa educativa, possuem impressora e máquina de datilografia em Braille, lupa eletrônica, scanner por voz, notebook com softwares Livox (destinado a alunos com autismo e paralisia cerebral que tenham comprometimento da fala). As salas possuem ainda teclados TiX, voltados para pessoas com dificuldades motoras e que funcionam como um painel assistivo para computadores e como teclado-mouse. Para atender aos estudantes, a unidade dispõe de quatro professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e mais 10 Agentes de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Especial (AADEEs).

Para o secretário de Educação, Alexandre Rebêlo, a requalificação da unidade foi pensada para atender aos alunos que tem algum tipo de deficiência. "A escola agora tem duas salas de recursos, onde os estudantes ficam no contra turno, com o intuito de ajudá-las a desenvolver todas as suas habilidades. Além disso, aqui teve a questão da climatização na escola e isso contribui muito para que os alunos tenham mais tranquilidade dentro das salas de aula e isso dá uma condição melhor para o professor trabalhar e o aluno aprender", afirmou o secretário. 

Rosângela Rattes é mãe de uma estudante com diagnóstico de autismo e contou que o desempenho da filha em sala de aula mudou completamente depois que ela entrou na escola. "Antes ela não conseguia nem ficar na sala, agora ela entrou e já chegou uma monitora para acompanhá-la. Na parte do desenvolvimento, ela já consegue copiar a tarefa do quadro, ela já consegue ler e pula da cama quando sabe que vai para a escola", relata a mãe, feliz com o desenvolvimento da pequena. 

Esta foi a quarta entrega de 14 obras de requalificação realizadas nas unidades de ensino. A ação prevê a adequação das unidades ao novo padrão de qualidade adotado como parte do Programa Escola do Futuro. As obras vão beneficiar 4.629 estudantes matriculados nas unidades e mais 396 servidores e funcionários terceirizados, além de estagiários.

Na parte de engenharia, as intervenções incluíram serviços de retelhamento da coberta, substituição do revestimento cerâmico, requalificação do piso, banheiros e cozinha; adequações para acessibilidade (banheiro acessível e rampas); requalificação de toda a parte elétrica; instalação de forro; pintura e toda a climatização da unidade dentro do Programa Novo Clima