Prefeitura do Recife lança Certificação para Escolas Inclusivas

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Rede municipal apresentou crescimento de 27,5% no número de matrículas de alunos na educação inclusiva nos últimos cinco anos. Foto: Cortesia

Nos últimos cinco anos, a rede municipal de ensino do Recife registrou um aumento de 27,5% no número de matrículas de estudantes com transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, com um salto de 2.661 deles registrados em 2012 contra 3.392 matriculados em 2017. Para estimular e valorizar o desempenho das unidades de ensino no segmento, a Prefeitura do Recife, lançou, hoje (7), a Certificação Escola Inclusiva em parceria com o Instituto Rodrigo Mendes, referência nacional em educação inclusiva. O evento aconteceu durante a manhã na Escola de Formação de Educadores do Recife Paulo Freire, na Madalena.

A Certificação Escola Inclusiva tem por objetivo identificar e reconhecer unidades educacionais da Rede Municipal do Recife que realizem um trabalho efetivamente inclusivo, sobretudo no atendimento dos estudantes público-alvo da Educação Especial. A partir de janeiro, com apoio do Instituto Rodrigo Mendes, a Secretaria de Educação vai iniciar o diagnóstico de cada unidade de ensino do município, levantar suas necessidades e assim, através de monitoramento e qualificação do corpo técnico, tornar a rede ainda mais qualificada e inclusiva. Atualmente o a Secretaria de Educação do Recife conta com 309 unidades e o próprio Rodrigo Mendes veio à capital recifense para palestrar hoje para gestores das unidades educacionais, professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE), gerentes e chefias de divisões.

Para Alexandre Rebêlo, secretário de Educação, a ação é uma pauta prioritária. “Tivemos um aumento de quase 30% de estudantes na educação inclusiva e nosso desafio envolve não só o acolhimento aos estudantes, mas do nosso entendimento sobre que cidade desejamos para o futuro. A educação inclusiva também é extremante importante para o que ela traz para os demais estudantes da escola”, pontuou, ao exemplificar uma visita que realizou a uma unidade de ensino no Ibura: ao acompanhar uma atividade da leitura de uma professora para crianças da educação infantil, percebeu que todo o grupo, subitamente, começou a cantar e bater palmas. De pronto a professora esclareceu que um coleguinha da turma era autista e que, ao notar que a criança ficava um pouco mais agitada, seus companheirinhos de classe já entoavam a canção que sabiam que o acalmava.

Rodrigo Mendes, por sua vez, ressaltou para os presentes que a escola deve ser um espaço que acolhe todos, mas que persegue altas expectativas para cada um. “Deve ser um local que iguala as oportunidades e diferencia estratégias”, pontuou. A iniciativa é mais um passo dado pela Prefeitura do Recife para o cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), que determina metas e estratégias para a política educacional dos próximos dez anos, como a garantia do direito a educação básica com qualidade, a universalização do ensino obrigatório e a ampliação das oportunidades educacionais, entre outros. 

Atualmente, 3.392 estudantes deste grupo são inclusos nas salas regulares, junto com os demais estudantes da rede municipal. A partir do grupo 4, estes estudantes com deficiência também passam a desenvolver, no contraturno da aula na turma regular, trabalhos direcionados com 224 professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que são os docentes com pós-graduação em Educação Especial. A rede também conta com o apoio de 208 Agentes de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Especial (AADEE), servidores que se dedicam a estudantes com maior grau de dependência.