Recife participa de workshop com consultora de educação da Finlândia

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Em curso, consultora finlandesa compartilha a experiência do país europeu, reconhecido pela qualidade de seu sistema de ensino, com educadores do Nordeste - Foto: Cortesia

O sistema educacional desenvolvido na Finlândia tem reconhecimento mundial e ocupa lugar de destaque nas publicações sobre Educação. Para conhecer a metodologia de aprendizagem implantada no país nórdico, a Secretaria de Educação do Recife, em parceria com a MindLab, promoveu, na última terça-feira (12/11), uma palestra com o tema “Inspirações Finlandesas”, ministrada pela professora Eeva Kaarina Penttilã, consultora Educacional da Finlândia e traduzida pela professora Ayla Patricia Huovi. O encontro aconteceu na Escola de Formação de Educadores do Recife Professor Paulo Freire (Efer) para mais de 300 gestores, vice-gestores e coordenadores pedagógicos. Também participaram do encontro as secretárias de Educação de Natal, Cristina Diniz e de Maceió, Ana Dayse Rezende Dorea.

Durante o encontro, a consultora falou sobre a construção e consolidação do sistema de ensino finlandês, as condições de trabalho dos professores e o método de ensino, além disso, teve um debate no qual os professores puderam tirar dúvidas. Segundo Eeva Kaarina, o caminho para chegar ao modelo atual vem sendo traçado desde 1970. Foi neste período que ficou garantida a educação gratuita e para todos até o 9º ano do Ensino fundamental.

De acordo com a consultora, as escolas particulares são poucas e a grande parte dos estudantes está matriculada em escolas públicas. Ela também dedicou grande parte da palestra pra falar sobre o sistema de ensino. “O papel do professor orientador é garantir os caminhos para que o estudante construa seu aprendizado. Os estudantes têm autonomia para pesquisar e levar questões para serem discutidas em sala de aula. Neste processo, o professor é um mediador das discussões”, contou. Aulas interdisciplinares também são bastante fomentadas. “Os projetos pedagógicos das escolas são semestrais e precisam garantir pelo menos dois projetos interdisciplinares, inclusive em áreas como artes, música e esportes”, explicou.

No que se refere a carreira, o professor finlandês estuda cinco anos no Ensino Superior, além de ter mestrado para docência na Educação Infantil e Fundamental. No entanto, estes anos de estudo não são convertidos em salários altos. “De forma geral, os professores ganham como a média de outras profissões. Precisam estar sempre atualizados e fazendo cursos de aperfeiçoamento. Normalmente o governo incentiva a participação nestes cursos. Para isso, o professor tem três meses de férias no ano, que além de descansar ele precisa estudar”, disse a consultora.

A diretora executiva de Gestão de Rede, Maria Costa, considera válido conhecer outros sistemas de ensino. “Temos uma realidade social, cultural e geográfica muito diferente da Finlândia, ainda assim é importante conhecer as práticas educacionais aplicadas neste país que tem uma educação reconhecida como das mais eficientes. Aprendemos muito com eles e considero que o Recife promove uma educação que forma cidadãos, e assim como a Finlândia, o Brasil entende que é responsabilidade do Estado a educação básica. Precisamos organizar muita coisa, mas estamos no caminho certo”, avaliou

A professora Adélia Muniz, gestora da Escola Municipal Solano Trindade considerou a palestra enriquecedora. “É muito bom conhecer outro sistema de educação. A realidade do Brasil e da Finlândia são completamente diferentes, ainda assim dá para adaptar experiências bem-sucedidas nas nossas práticas, implementado em uma cultura tão diferente da nossa”, disse.

O evento foi promovido pela Mind Lab e a Secretaria de Educação do Recife é parceira da empresa e aplica nas escolas a metodologia Menteinovadora - que integra jogos de raciocínio à grade de aulas para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.